A superficialidade é a maldição de nosso tempo. A doutrina da satisfação instantanea é, antes de tudo, um problema espiritual. A necessidade urgente hoje não é de um maior número de pessoas inteligentes, ou dotadas, mas de pessoas profundas.
A vida profunda é um assunto muito admirado mas pouco vivenciado. Cantamos as virtudes, mas não a praticamos. Ansiamos por água que mata a sede, mas dificilmente mergulhamos em seu poço. Aprovamos os beneficios que promove, mas nosso estilo de vida frenético reduz a sua importancia. A não ser que sejamos compelidos pelo Senhor a aceitar os ingredientes da vida escondida em Deus, seja durante um período prolongado de doença ou devido a um evento extraordinário, a profundidade do caráter, permanece um sonho distante.
A vida marcada pela profundidade só pode ser cultivada em longos períodos de tempo passados em solidão, silencio e obscuridade - conceitos esses, estranhos, para os que vivem na velocidade da luz.
Uma pesquisa pelas Escrituras revela que aqueles a quem DEus usou grandemente eram quase sempre preparados para essas experiencias durante períodos de solidão, silencio e obscuridade. Moisés. Tendo crescido num ambiente prestigioso da corte suntuosa do Faraó, preparava-se para abraçar um futuro político notável. Depois de assassinar um cidadão egipcio, todavia, Moisés fugiu para as planicies de Midiã, onde se casou com a filha de uma sacerdote local. Ele passou os quarenta anos seguintes cuidando dos rebanhos de ovelhas do seu sogro. Não foi senão aos 80 anos que Deus finalmente tirou da obscuridade o ex-principe egipcio que se tornara pastor e colocou-o nos anais da grandeza. Sim, você leu corretamente: ele tinha 80 anos.
Davi. Ungido rei de Israel quando adolescente, não subiu ao trono aos 30 anos de idade. Depois de sua heróica vitória sobre Golias, passou os treza anos seguintes como fugitivo, escondendo-se nas cavernas de En-Gedi do rei Saul, que quase enlouquecera de inveja dele. Alguns dos apreciados salmos de Davi nasceram durante essa dura prova na solidão. Na maior parte do tempo ficou na obscuridade, sobrevivendo no deserto da Judéia, um dos mais rudes e inóspitos territórios do mundo.
José. Lançado na prisão por causa de falsas acusações da sedutora mulher de Potifar, cujo assedio agressivo ele rejeitou de diversas vezes, o homem deve ter sentido-se injustiçado e abandonado. José passou alguns anos nas prisões do Egito imaginando se voltaria a ver novamente a luz do dia. Embora, sua condenação fosse injusta, José aprendeu muito na cela da prisão.
Elias. De pé diante de Acabe, transmitiu corajosamente o seu oráculo e juízo. Não cairia chuva nem orvalho sobre o reino enquanto não se arrependessem. A fim de proteger seu fiel profeta de uma vingança certa, o Senhor escondeu Elias junto a um ribeiro chamado Querite. Ele ficou ali, a leste do Jordão, apenas na companhia de corvos, que Deus usou para levar alimento para o profeta exausto. Para desânimo de Elias, o ribeiro de águas secou, como acontecera com a sua vitalidade espiritual e emocional. Mas Deus havia preparado aquele retiro espiritual junto ao ribeiro como lugar de renovação para o esgotado profeta.
Todos os hoemns de Deus, passaram pela desaprovação e julgamento humano, foram perseguidos, mal interpretados, alguns foram presos, outros precisaram fugir para os desertos, para que assim aprendessem a confiar e depender do Senhor somente.
Nosso problema é a cegueira de nossa perspectiva. Nós nos julgamos cheios de recursos, talentosos, articulados, responsáveism eficientes. Por que então parar? Porque fazer uma pausa? Temos assuntos importantes a tratar, reuniões a comparecer, números a digerir, programas a inaugurar, estamos tão envolvidos em um ativismo tão absurdo, que quando paramos por um instante para reavaliarmos nossas expectativas, planos, sonhos, projetos, interpretações, leituras e tudo o que nos tire por alguns dias dos nossos afazeres, logo somos vistos como irresponsáveis, medrosos, fujões, inconstantes, etc e tal. É notável o que podemos realizar apoiados em nossa engenhosidade humana, contudo é sempre bom pausar, analisar, reestruturar e recomeçar. Aprimorar com excelencia.
Se somos convocados por Deus para tal grandiosa obra da proclamação do Evangelhos, temos ter convicção, de que não somos Super Homens, nem Mulheres Maravilhas, e falhamos, ficamos em dúvidas, titubeamos, erramos, e recomeçamos consertando os erros e pendencias como todos os notáveis heróis da fé fizeram. Você é humano, portanto não tema seus fracassos e perdas. Hoje é o dia de reavaliar e recomeçar.
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