Tudo começou há muito tempo atrás...
O Dinheiro no Brasil - do Descobrimento ao Reino Unido
As Primeiras Moedas
- No início do período colonial, o meio circulante brasileiro foi sendo formado de modo aleatório, com as moedas trazidas pelos colonizadores, invasores e piratas que comercializavam na costa brasileira. Assim, ao lado das moedas portuguesas, circularam também moedas das mais diversas nacionalidades, cuja equivalência era estabelecida em função do seu valor intrínseco (conteúdo metálico).
- A partir de 1580, com a formação da União Ibérica, verificou-se uma afluência muito grande de moedas de prata espanholas (reales), provenientes do Peru, graças ao florescente comércio que se desenvolveu através do Rio da Prata. Até o final do século XVII, os reales espanhóis constituíram a parcela mais expressiva do dinheiro em circulação no Brasil.
- As moedas portuguesas que aqui circulavam eram as mesmas da Metrópole, oriundas de diversos reinados. Cunhadas em ouro, prata e cobre, essas moedas tinham os seus valores estabelecidos em réis e possuíam às vezes denominações próprias, como Português, Cruzado, São Vicente, Tostão, Vintém. A moeda de 1 real, unidade do sistema monetário, era cunhada em cobre.
As Primeiras Casas da Moeda
- Nas duas últimas décadas do século XVII agravou-se a situação de falta de moeda no Brasil, comprometendo o funcionamento da economia e provocando drástica redução nas rendas da Coroa. Inúmeras representações, pedindo solução para o problema, foram encaminhadas ao rei pelos governadores gerais e das capitanias, representantes das câmaras e membros da igreja e da nobreza. Em 1694, finalmente, D. Pedro II (1667-1706) resolveu criar uma casa da moeda na Bahia, para a cunhagem de moeda provincial para o Brasil.
- Todas as moedas de ouro e prata em circulação na colônia deveriam ser obrigatoriamente enviadas à Casa da Moeda, para serem transformadas em moedas provinciais. Essa medida acarretava problemas às demais capitanias, em função das dificuldades e riscos do transporte. Assim, para atender às necessidades da população, a Casa da Moeda foi transferida em 1699 para o Rio de Janeiro e no ano seguinte para Pernambuco, onde funcionou até 1702. Em 1703, por ordem de D. Pedro II, foi instalada novamente no Rio de Janeiro, não mais com a finalidade de cunhar moedas provinciais, mas para transformar o ouro em moedas para o reino.
- Foram cunhadas moedas de ouro, nos valores de 4.000, 2.000 e 1.000 réis, e de prata, nos valores de 640, 320, 160, 80, 40 e 20 réis. O conjunto de moedas de prata é conhecido como série das patacas, em função da denominação "pataca", atribuída ao valor de 320 réis.
- Na primeira metade do século XVIII, a elevada produção de ouro possibilitou o funcionamento simultâneo de três casas da moeda e a cunhagem de grande quantidade de peças, cujos valores e beleza testemunham a opulência que caracterizou o período do reinado de D. João V (1706-1750).
- Inicialmente foram cunhadas, nas casas da moeda do Rio de Janeiro (1703) e da Bahia (1714), moedas idênticas às do Reino: moeda, meia moeda e quartinho, com valores faciais de 4.000, 2.000 e 1.000 réis . Embora com as mesmas denominações das moedas provinciais, essas peças possuíam maior peso e seu valor de circulação era 20% superior ao valor facial.
- O estabelecimento de uma casa da moeda em Minas Gerais foi determinado em 1720, quando da proibição da circulação do ouro em pó dentro da capitania. Além de moedas iguais às cunhadas no Reino, no Rio e na Bahia, a nova casa da moeda deveria fabricar peças com valores nominais de 20.000 e 10.000 réis, as quais circulariam com os valores efetivos de 24.000 e 12.000 réis. Instalada em Vila Rica, a casa da moeda de Minas funcionou no período de 1724 a 1734.
- Em 1722 D. João V alterou a forma e o valor das moedas de ouro portuguesas, criando a série dos escudos, com os valores de 12.800 réis (dobra de 8 escudos), 6.400 réis (dobra de 4 escudos), 3.200 réis (dobra de 2 escudos), 1.600 réis (escudo) e 800 réis (1/2 escudo). Cunhadas no Brasil a partir de 1727, essas moedas trazem no anverso a efígie do rei. Dentro dessa série foi introduzida, em 1730, a peça de 400 réis (cruzadinho).
Bilhetes da Extração - Primeira Moeda-Papel
- A partir de 1772, a extração de diamantes na região do Tejuco do Serro Frio (atual Diamantina) passou a ser feita diretamente pela Coroa Portuguesa, que para isso criou a Real Extração dos Diamantes.
- Quando havia insuficiência de recursos para o custeio das despesas, a Administração dos Diamantes emitia bilhetes que eram resgatados quando chegavam os suprimentos em moeda remetidos pela Fazenda Real. No início esses bilhetes tinham grande credibilidade, sendo aceitos em todas as transações comerciais da região.
Notas do Banco do Brasil
- A criação do Banco do Brasil, por meio de Alvará de 12 de outubro de 1808, teve por principal objetivo dotar a Coroa de um instrumento para levantamento dos recursos necessários à manutenção da corte.
- De acordo com seus estatutos, o banco deveria emitir bilhetes pagáveis ao portador, com valores a partir de 30 mil réis. As emissões do Banco tiveram início em 1810 e a partir de 1813 foram emitidos bilhetes com valores abaixo do limite mínimo inicialmente estabelecido.
- Entre 1813 e 1820, as emissões atingiram 8.566 contos de réis, em grande parte determinadas pelo fornecimento de moeda-papel para fazer face às crescentes despesas da corte e da administração régia, que anualmente excediam a receita arrecadada. A partir de 1817, os bilhetes do Banco começaram a perder a credibilidade, sofrendo grande desvalorização.
- Em abril de 1821, antes de regressar a Portugal, o rei e toda a sua corte resgataram todas as notas em seu poder, trocando-as por moedas, metais e jóias depositados no Banco, obrigando a instituição a suspender, a partir de julho, a conversibilidade dos bilhetes.
O dinheiro é a mola que move o mundo!
Literalmente, adoraria discordar dessa frase produzida pela máquina capitalista, mas desde que o mundo é conhecido pelo homem, a relação de troca foi estabelecida e personificada pela mercadoria, como mola propulsora para a relação humana, e hoje mais do que nunca o dinheiro está centrado, nas nossas ideologias, nos nossos relacionamentos, nos nossos sonhos, projetos, planos, aquisições, relações, diálogos, amores, desamores, partilhas, divisões, conversas corriqueiras, brigas ferrenhas, no lar, na escola, na igreja, no clube, no trabalho, na vida infantil, na adolescencia mais do que nunca e na vida adulta inteira, tudo gira em torno dessa praga tão nociva chamada dinheiro, quem tem, sempre quer mais e quem não tem, tenta ao máximo adquirir, e nessa corrida desenfreada pelo dinheiro, por pagar nossas contas, por honrar nosso nome, às vezes vencemos o bom senso, de também parar para ouvir o outro, ou acreditar no outro, ou partilhar com o outro, ou dividir o pão, a moeda, a compreensão, o respeito, o afeto, a consideração... não sei como, nem onde, passamos a reproduzirmos como essa máquina opressiva, repressora, desnuda de valores morais, irada pela ânsia da aquisição, de acumularmos riquezas, de subtrairmos o máximo dos outros, das situações, das oportunidades, às vezes até injustamente, nos aproveitando da fraqueza do próximo que às vezes é tão próximo que acabamos extraindo o carinho, a admiração, o afago, a misericórdia, a real razão, e assim nos perdemos, pelo preço da dívida que foi paga ou que nos é devida, e assim se vão os anéis, e os dedos das mãos também, que outrora serviram para abraçar, acolher, ajudar, repartir o pão sentado à mesa... nessas circunstâncias de guerra fria e não de sinceridade e busca pela paz, de tantas desigualdades sociais, muitas vezes até na mesma família, nas ruas, lembro da minha infância, da escola, dos colegas que não tinham lanche, do olhar, do sorriso, do pedido, da solicitude, do abster-se da criança igênua, que para saciar a fome do outro ficava sem lanchar, esse é o momento e o tempo oportuno de lançarmos nosso pão sobre as águas, para que no tempo oportuno, possamos dele comer com os irmãos, conforme está escrito em Eclesiastes 11.1-6.Vigiemos, pois a Bíblia nos alerta, onde está o teu coração... e cuidemos, pois o dinheiro é a raiz de todos os males!!!