BORBOLETAS (Mário Quintana)
Esse poema é belíssimo, e de fato é real na vida das pessoas que se entregam por um relacionamento, seja de amor ou amizade, e logo adiante percebe, que na íntegra, devemos nos bastar em nós mesmos, para não corrermos o risco de nos decpcionarmos... confesso que tenho essa dificuldade, de me enxergar como alguém que se basta, sempre penso que preciso de alguém para me ajudar a realizar algo, talvez porque perceba algo que não existe no universo dos egoístas, como o prazer de partilhar coisas às vezes até insignificativas e sem tanta importância, como um simples gesto de carinho, ou uma palavra, ou um ouvido disponível, ou um doce, ou um encanto, ou um poema, ou um canto, ou um filme, ou uma cor, ou um sorriso, uma gargalhada talvez, um susto, um receio, ou um temor, também uma fraqueza, ou ainda um pavor... sei lá, compartilhar um momento, uma experiência, um sonho, um discurso, uma bobagem apenas, mas o puro prazer de dividir o pão, que hoje não apenas alimenta, mas principalmente sacia a realização do instante que não volta e que um dia você perceba que passou e você partilhou e o outro não desfrutou...
Evita Peron, em sua auto-biografia se definiu como uma mulher imperdível... nunca entendí de fato, a essência do que ela havia comunicado, hoje lendo esse poema, detectei quão imperdível também posso ser se pensar que me doei da forma mais excelente que pude na nossa amizade, no nosso relacionamento, no nosso universo particular em construção, para realizar-me e realizar-te, como outro ser em questão, mas no seu reino particular, você não me viu, não me ouviu, não me percebeu, não se condoeu, não se empobreceu do seu eu, para me encontrar na minha insensatez, talvez de abordar um tema desfavorável aos vencedores, que como você não admitem tristezas, descompassos, desarmonias ritmicas, pensamentos desconexos, meu ser em confusão...
Amanhã buscarei me bastar em mim mesma, construindo meu belíssimo muro de proteção, para que os fracos e temerosos egoístas, não me alcancem de antemão, e de novo me lancem na prisão, dos castelos de horrores, dos contos de fadas que ouví...
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